Sempre gostei do Carnaval. Não por ser época das cores, dos fatos, da diversão, da maquilhagem; mas sim apenas por nos dar a destreza de despirmos a nossa pele por singelos momentos. Encaramos a vida de outra personagem e vivêmo-la durante horas. Esquecemos quem somos e damos asas à imaginação. É a única vez em que somos donos do nosso elenco e história. Em que actuamos num palco repleto de luz e plateia que sente o mesmo que nós. O espírito carnavalesco alastra-se por todo o público e, todos em conjunto, lutamos por um objectivo em comum: ser outro alguém que não nós. Só que o Carnaval é a época da ilusão, tal como o sentimento que nele é sentido.
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