domingo, 1 de fevereiro de 2009

Cicatrizes

Lá dizia o outro que errar é humano. O pior é mesmo quando os erros se pagam caros ou ainda nem caros se pagam, porque não há sequer nada para pagar.
Pela primeira vez - de muitas - na minha vida, não sei nem uma terça parte de mil e uma coisas que tinha por obrigação de saber. Desta vez o abanão foi muito forte, grau VII na escala de Richter, suficiente para me encostar a um canto. Estou sem forças. Gastei o que me restava a reconstruir corações e almas de outras pessoas. Quero sair, fugir para longe! Deixar a cama por fazer, os dentes por lavar e andar descalça por entre prados e montanhas! Arrumar o sorriso brilhante no armário e ser quem eu quero ser! Ser má, cruel; arrancar todos os cabelos, cortar todas as unhas, ferir todo o corpo. Não tenho feito nada mais, durante estes cinco anos, se não chicotear-me a mim própria. As cicatrizes, fui-as escondendo conforme pude. Nunca ninguém as descobriu até agora, nem mesmo eu. Será que chegou a altura de mais uma descoberta?

Sem comentários:

Enviar um comentário