domingo, 8 de março de 2009

Mar Salgado

Quando nos deparamos com pessoas com potencial suficiente para nos acompanharem nas nossas aventuras, chamamos-lhes Companheiros de Viagem. Partilhamos os nossos percursos e destinos, enquanto lado a lado se delimitam as caminhadas de um outro Percurso em conjunto.
É com o decorrer do tempo que se descobrem interesses e vivências comuns. Se todas as coordenadas do nosso Companheiro de Viagem - direccionadas a Norte -, coincidirem com o Norte da nossa rosa-dos-ventos, é sinal que nem sempre o vento é um ciclone. Então, natural e gradualmente, se desvendam mistérios e se traçam horizontes.
O anterior Companheiro de Viagem converte-se em Companheiro de Vida e, para além do Percurso, a Vida é também construída com base em princípios conjuntos.
Todas as histórias possuem um início idêntico ou semelhar. A nossa foi assim que começou. Começámos como meros Companheiros de Viagem à deriva no desconhecido e acabámos como Companheiros de Vida, partilhando-a.
Tu ensinaste-me a escrever e eu ensinei-te a ler. Tu ensinaste-me a ensinar-te e eu prendi-te ao meu coração. Eu mudei-te e tu correspondeste. Poderia estar a inumerar dias inteiros sem parar, o que juntos construímos e idealizámos um no outro, mas seria deveras inatingível. Eu moldei-te como o meu homem ideal e tu moldaste-me como mulher ideal. Teria sido suficiente? Todos os homens possuem uma sede insacíavel que nunca se esgota ou termina, embora alguns lidem melhor com esse facto que outros. E Tu... Tu não bateste o pé ao desejo, ao perigo, ao proíbido! Tu deixaste o Mar arrastar-te como o Sal que dele é pertença e navegaste ao sabor da maré. Quando davas à costa, deparavas-te com a minha mão estendida, sinónimo de boas-vindas; quando decidias navegavar na minha ausência, eras tu por ti próprio.
O ciclo repetiu-se até que deste à costa e a minha mão já não te recebia. Encalhaste por momentos, regressaste às aventuras no Mar Alto e naufragaste. Mergulhaste no fundo do Oceano, tal como tudo o que te ofereci por vontade própria.


1 comentário:

  1. O teu maior problema agora é o facto de eu gostar tanto de ti :)

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